-Onde estou?- Disse Harry. Ele parecia dentro de um carro –Espera, esse é o posto de gasolina que eu estava antes de sofrer o acidente. E esse é o carro da Gemma! Eu voltei no tempo?- De repente, ele percebe uma mulher saindo da loja de conveniência –Gemma?- A irmã se aproxima do carro.
-Harry?- Diz ela.
-Oi Gemma.
-Mas para onde foi aquele garoto...
-Gemma, estou aqui!- Ele sai do carro. Mas a irmã nem olha para ele, era como se ela não o escutasse.
-Você viu algum garoto saindo daquele carro?- Ela pergunta ao frentista.
-Sim, ele foi naquele direção- Disse o homem.
-Obrigada.
-Gemma, estou aqui!- Ela não o escutou e continuou andando em direção ao beco. Espera... se a Gemma está indo ao beco e Harry voltou ao tempo... então quer dizer que ela ia dar de cara com o estuprador! –Gemma, não!- Harry correu a sua frente, mas ela o atravessou, era como se ele não pertencesse àquele lugar, Gemma entrou no beco –Não, não! -De repente, Harry começou a escutar a voz de Demi sussurrando “Quem está morto?” “Quem está morto?” “Quem está morto?” Ele olhava para os lados procurando a fonte daquela voz, mas não encontrava. De repente, Gemma solta um grito e ele entende porque. A sua frente, ele podia ver o próprio corpo estirado no chão, mas o motivo da gritaria, era o fato de que o homem segurava um revólver.
-Você matou meu irmão?!- Exclamou Gemma.
-Não, eu não matei, ele só está desacordado- Disse o homem –Mas não por muito tempo...- Ele dispara 5 tiros em Harry. Fazendo Gemma arregalar os olhos. A cabeça de Harry começa a doer, e a voz de Demi se intensifica “Quem está morto?” “Quem está morto?” “Quem está morto?” Harry sai correndo, a fim de se livrar daquela voz. Ao sair do beco, ele esbarra em alguém e cai no chão... Era Demi.
-Quem está morto?- Disse ela. Depois, ela dá um grande sorriso –Você está morto Harry.
29/06/2013, 05:31 – Casa do Harry
Harry acorda com a mão no peito, e com a respiração acelerada. O sonho foi muito realista.
Alguns minutos depois, ele recebe uma ligação do pai.
-Alô?
-Cara, a África do Sul está tão fria! Está tudo bem?
-Acho que sim. Sim... estão todos bem. Papai... você já viu alguma foto escolar da mamãe?
-Fotos? Tenho certeza que vi as fotos da cerimônia de graduação dela em algum momento do nosso noivado.
-Viu mais alguma foto? Você viu a foto oficial da graduação de terceiro período dela?
-Foto da graduação do terceiro período? Eu não sei se alguma pessoa faz cerimônia ao passar do terceiro período, mas não acho que tenha visto tal foto.
-É que eu fiquei sabendo que aquela foto era estranha. Que uma pessoa morta apareceu naquela foto.
-Onde você escutou uma história tão boba como essa? Além disso, pessoas mortas aparecendo em fotos é...
-Bem, é que...
-Espere! Agora que você disse... acho que já escutei uma história parecida há muito tempo atrás. Uma história sobre uma foto assustadora.
-Você chegou a vê-la?
-Não. Ela odiava aquela foto então a deixou na casa dos pais.
-Na casa dos pais?!
-Harry, tem alguma coisa estranha acontecendo aí?
-Não, nada. Estou apenas procurando algo para me distrair.
-Entendo. Sabe, Anne era uma mulher muito especial. Sou apaixonado por ela até hoje. Por isso, Harry, você é meu...
-Certo, certo, já entendi. Até mais.
16:44
O telefone da casa toca.
-Alô?
-Harry, é Louis. Vá para a Ravenwood. Precisamos discutir um assunto.
-Ravenwood?
-É uma cafeteria que fica...
-Sim, eu sei onde é. Mas, hoje?
-Vamos lá! Hoje é sábado. Não me diga que... Você já marcou um encontro com a Demi?
-Tá, mas qual o assunto que você queria discutir?
-Precisamos conversar pessoalmente. Traga sua companhia consigo se já marcou um encontro. Este é um problema que envolve toda a classe. Até mais, estou indo.
17:08 – Ravenwood Cafe
Harry entra no local, não havia quase ninguém ali.
-Harry!- Taylor o chama –Sente-se aqui.
-Taylor?
-O Louis te chamou, não foi?
-Bem...
-Sente-se.
-Ele também te ligou?
-Sim. Só vim porque ele disse “este é um assunto que envolve toda a classe”. Eu jamais aceitaria um convite para sair vindo daquele garoto. Louis me contou sobre o ocorrido há 15 anos atrás, e sobre sua mãe, Harry.
-Compreendo.
-Sim. Esse é meu colega de classe, Harry.
-Então você é amigo do Ni. Obrigado por cuidar de meu irmãozinho- Ela sorri.
-Como?- Pergunta ele confuso.
-Sou a irmã mais velha do Niall. É um prazer conhece-lo.
-Oh, sim. É um prazer conhece-la também.
-Niall fala muito sobre você. Qual o seu pedido?
-Bem... vejamos...
-Entendo- Ela sorri e se afasta.
-Ei Taylor, o que você pediu?
-Um deltaexpresso.
-Café, chocolate, leite e leite vaporizado.
-Eu não tomo café. O gosto é muito amargo.
-O café aqui é diferente. Esta loja usa grãos importados do Brasil.
17:16
-Obrigado pela sua paciência- Disse a garçonete pondo o pires na mesa –Espero que seja de seu grado.
-Confie em mim. Experimente- Disse Taylor. Harry toma um gole com os olhos fechados.
-Ele é amargo... mas também é doce... é saboroso.
-Viu?- Ela ri –Ei Harry...
-Sim?
-Por que não voltou para Boston?
-Não voltei porque seria o mesmo que fugir, além disso... Estou começando a pensar que sou a pessoa morta.
-Talvez você nunca tenha nascido.
-Como?
-Talvez, há 19 anos atrás, a morte da sua mãe tenha impedido seu nascimento. E agora, anos depois, você está estudando na classe 3.
-Ridículo... Isso é ridículo...- Taylor começa a rir.
-Você é tonto igual ao Louis!
-Ah, idiota.
-Não me leve a sério. Para ser sincera, cheguei a considerar tal possibilidade. Entretanto... –Ela estende a mãe para ele. Ele a olha confuso –Aperte minha mão- Ele obedece -Ainda tenho a sensação de que já lhe conheci. Não, a sensação de que já apertei sua mão em alguma ocasião.
-É sério?
-Não consigo me lembrar da ocasião. Mas a minha mão se recorda do toque da sua.
-Agora que mencionou. Também apertou minha mão no hospital. Havia algum motivo?
-Dizem que as mãos dos mortos são frias. Porém, duvido que isso seja verdade. Se fosse tão fácil distingui-los... –A porta do local abre.
-Sejam bem-vindos- Disse a garçonete.
-Desculpem amigos- Disse Louis. Ele trazia Niall. Ele ia se sentar ao lado de Taylor, que se levanta e vai para o outro lado, onde Harry estava sentado –Ora, seu ódio por mim é tão grande assim?
-Quer mesmo saber?
-Eu não me importo... Esqueça, hoje eu deixo passar.
-Qual é o assunto que vocês desejam discutir?- Perguntou Harry.
-Niall, fale.
-Sim- Disse ele –Já que existe uma chance da minha irmã perder a vida... Minha irmã é...
-É aquela gentil moça?- Perguntou Harry.
-Sim. De qualquer modo, não poderia ficar de braços cruzados.
-Você contou a ela?- Perguntou Taylor.
-Todos os detalhes. Minha irmã também estudou na Draconic. Ela sabe das regras da classe 3.
-Além disso, -Disse Louis –Angel nos deu uma informação surpreendente –A jovem garçonete se aproxima –Diga a eles.
-Um de nossos clientes- Disse ela –Se chama Brad, Brad Paisley. Eu já sabia que ele estudou na Draconic mas recentemente descobri que ele era da classe 3. Reuni toda a minha coragem e perguntei pra ele se o fenômeno havia se manifestado no ano em que ele estudou. Então ele disse: “A maldição daquele ano... Ela não foi minha culpa! Eu salvei a todos... salvei a todos! Eu precisava contar a todos... por isso, eu... eu deixei aquilo lá...”
-O que significa aquilo? O que ele deixou?- Perguntou Harry.
-Ele não conseguia lembrar. Perguntei em diversas ocasiões, mas ele nunca conseguiu se lembrar.
-Isso está te deixando curiosa, não está, Taylor?- Perguntou Louis.
-Será que esse tal de Brad conseguiu interromper o ciclo de mortes? E deixou uma pista de como fazê-lo em algum lugar?- Perguntou ela.
-Só pode ser isso. Logo, acho que precisamos conversar logo com esse tal de Brad.
-Sabe onde podemos encontra-lo, Angel?- Perguntou Harry.
-Não faço a menor ideia de como encontra-lo- disse ela.
-Então...
-Ei, Harry- Disse Taylor –Você não conhece uma pessoa que estudou com Brad ?
19:01 – Porão da Casa das Bonecas
-Entendo, -Disse Demi -então ele era colega de classe de sua irmã.
-Caso eu descubra um meio de contatar Brad, –Disse Harry –Você gostaria de vir comigo, Demi?- Ela balança a cabeça negativamente e caminha em direção a boneca do caixão –Você realmente foi o modelo de inspiração para se fazer esta boneca, não foi?- Disse Harry olhando para a boneca do caixão –Apesar de dizer que ela é sua outra metade, ela se parece muito com você.
-Esta boneca é baseada na filha daquela mulher que nasceu há 14 anos atrás.
-Porém ela nasceu prematura. Esta boneca foi baseada na imagem da filha que nunca pôde viver. Este é o motivo dela ser apenas minha metade, senão menos. A propósito, precisarei viajar amanhã.
-Para onde?
-Meus pais desejam passar uns dias em nossa casa de veraneio. Não posso me recusar a ir.
-Por acaso fica fora de Nova Orleans?
-Sim.
-Você irá deixar a cidade?
-Apenas por um tempo. Voltarei a tempo de participar da excursão.
-Entendo...
-Ei, você encontrou a foto em que aparece a pessoa morta que sua mãe deixou na casa dos pais?
-Ainda não encontrei.
-Caso a encontre, poderia mostra-la para mim?
-É claro- Ela o entrega um pedaço de papel com um número escrito.
-Caso ocorra uma emergência, ligue para esse número.
-Esse é um número de celular? Um celular?
-Exatamente.
-É o seu celular?
-Sim.
-Você disse que odiava esses tipos de aparelhos...
-Eu odeio. É perturbador estar o tempo todo conectada aos outros através de ondas eletromagnéticas.
-Então, por que tem um telefone celular?
-Sou forçada a carrega-lo. Aquela mulher diz que é para minha própria segurança.
-Compreendo...
-A propósito.
-Você estava achando que era o morto?
-Sim.
-Suas dúvidas foram solucionadas?
-Bem... não...- Demi corre para trás da cortinas. Harry a olha de modo confuso, e a segue –O que é isso?- Ele se refere a uma caixa preta perto da cortina.
-É aí que colocamos as novas bonecas- Ele escuta a voz de Demi. Quando Harry abre a cortina, ele se depara com Demi deitada em um caixão, como se ela estivesse imitando a boneca, ela estava sem o tapa olho, ela tinha os olhos fechados. Ela aproxima o seu rosto do dela, fazendo a mesma abrir os olhos.
-Não se preocupe Harry- Diz ela calmamente –Você não está morto. Você não está morto, Harry.
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Espero que tenham gostado beijos <3